Bem-vindos queridos amigos!

Homero semeou a palavra de Deus em tantos corações, lugares e momentos que
desconhecemos, tamanha a paixão e intensidade com que servia a nosso Senhor.
Este espaço quer servir como mais uma maneira de mantermos sua memória,
e mostrar que sua vida continua através das flores e frutos que surgem por onde passou.
O Pastor Homero fez diferença em sua vida? Então deixe seu testemunho através do
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llemmertz@hotmail.com que publicaremos neste blog.


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Alocução do Pastor Homero Severo Pinto em Moma, Moçambique

Alocução do Pastor Homero Severo Pinto na inauguração da
Clínica Irmã Doraci Julita Edinger em Moma, Moçambique

1º domingo na Quaresma, 21.02.2010

Texto: Lucas 10. 25-37

1. Saudação

2. O texto escolhido para este dia tão especial está em estreita relação com o que acontece aqui nesta manhã.


3. O texto diz que um intérprete da lei, com o intuito de por Jesus em prova, faz a seguinte pergunta: o que devo fazer para herdar a vida eterna? Em sua resposta, Jesus, ao perceber a sutileza e a intenção com a qual a pergunta fora feita, não vai direto ao assunto, mas faz um caminho totalmente novo, qual seja, o de buscar a resposta naquele livro que o intérprete da lei conhece muito bem e no qual sua função tem origem, que são os livros do livro que constituem o que hoje conhecemos como o Antigo Testamento. Portanto, Jesus remete a resposta à palavra de Deus com uma outra pergunta: O que está escrito na Lei a esse respeito e como a interpretas?

E o intérprete da Lei, que conhecia como poucos o livro da Lei, responde com aquelas palavras que melhor sintetizam o fundamento da fé em Deus:
Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento. E amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Ao que foi complementado por Jesus: Respondeste corretamente; faze isto e viverás.
O interprete da Lei, ainda não satisfeito com seu intento, continua com o seu propósito inicial e faz uma nova pergunta: Jesus: Mas quem é o meu próximo?
Nesse instante Jesus mergulha na realidade daquele tempo e narra uma história com personagens bem conhecidos daquela época e traz à luz uma relação de conflito, de preconceito e discriminação existente entre Judeus e Samaritanos. Judeus e Samaritanos, desde há muito, brigavam entre si acerca de qual o lugar mais acertado para Deus ser adorado. Cada qual defendia o seu ponto de vista. Para os Judeus, Jerusalém seria o lugar. Já os samaritanos, que também pertencem à raça judaica, entendiam que esse local também poderia ser na Samaria. Viviam em permanente conflito e ignoravam-se mutuamente. O grupo dos que entendiam ser Jerusalém o lugar que se prestava para o melhor culto a Deus era mais numeroso e essa supremacia era exercida com muito ódio e discriminação, sendo o intérprete da Lei um de seus representantes.
Tendo como pano de fundo esse conflito, Jesus conta a história de um judeu que cai na mão de assaltantes, sofre agressões e é roubado, no entanto, nenhum de seus irmãos, um sacerdote e um levita, que passam ao seu lado, são capazes de interromper a viagem para socorrê-lo. No entanto, de quem menos se esperava – de um samaritano -, veio o gesto de solidariedade. Pois é dessa pessoa discriminada, desconsiderada, que brota um gesto que agora se encontra registrado nessa história do Novo Testamento como um exemplo a ser praticado pelas pessoas cristãs ao se depararem com alguém que precise de ajuda. Portanto, o meu próximo será sempre alguém em necessidades, em estado sofrimento, que precisa de atenção, de gestos de amor e de solidariedade.
A história do Bom Samaritano é usada por Jesus para denunciar algo não está bem na sociedade de seu tempo. Havia pessoas em estado de sofrimento e, apesar de serem vistas pelas pessoas, ficavam totalmente abandonadas e marginalizadas. Jesus ensina que devemos atender aos que sofrem e não ignorá-los. Amá-los significa desenvolver ações que visem à superação do sofrimento humano. Somos chamados a ser luz no mundo, sal da terra. Isso significa que atitudes que brotam com a marca do desamor, carregadas de preconceito e minadas de desconfiança, devem dar lugar a gestos que contribuam para a superação do sofrimento humanos, tão presentes em nossa realidade.

4. Mas quem são os caídos, à beira do nosso caminho, a espera do gesto amoroso do bom samaritano? Certamente não teremos dificuldades de identificá-los, pois esses multiplicaram-se de modo espantoso em todo o mundo. O desafio de nosso tempo não é o de apenas identificar os que sofrem, mas estender as mãos de forma amorosa e misericordiosa, como se fossem as próprias mãos do Cristo em sua direção


5. Penso que a irmã Doraci entendeu muito bem essa mensagem do Evangelho e abraçou povo moçambicano e, de modo particular, os que residem nessa região, especialmente aqui em Moma. Foi por amor ao povo desta região que ela desejou permanecer mais tempo entre vocês. Pelos relatos que tenho ouvido desde a sua morte, constato que ela trabalhava de forma incansável e apaixonada. Ela se dedicou por inteiro ao trabalho de anunciar e testemunhar o Evangelho em Moma. Ela foi uma boa samaritana em terras moçambicanas.


6. Contudo, chamo atenção para algo que possa ter passado desapercebido. É que hoje, neste data, dia 21 de fevereiro de 2010, completam-se exatos seis anos de sua morte trágica em Nampula, ocorrida no ano de 2004. Como Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, lamentamos o ocorrido e a família da Irmã Doraci ainda lembra com saudades dela e da forma como lhe foi tirada a vida. Mas a sua morte não pode silenciar a força do Evangelho, tanto é que as sementes do evangelho por ela lançadas continuam trazendo vida e fé às comunidades. Um sinal que pode ser percebido foi o nascimento e o crescimento bonito de muitas comunidades luteranas aqui nesta região. Por outro lado, ela também se dedicou intensamente em favor do cuidado à saúde. Justamente por isso a Clínica recebe seu nome. A IECLB, que se sente profundamente ligada à IELM, agradece por este gesto de dar à clínica o nome da Irmã Doraci Julita Edinger. A Igreja brasileira, por sua vez, quer continuar em parceria com os irmãos e as irmãs em Moçambique.


7. Que Deus nos ajude para que as suas palavras nos acompanhem em mente e coração no testemunho de Cristo e de seu amor:


8. A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Lucas. 10. 27).




segunda-feira, 2 de agosto de 2010